Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sábado, 24 de março de 2007

Coisas que meus longos anos de vida ainda não me explicaram...

Meus assíduos leitores (isto é, eu, eu mesmo e eu de novo, já que só eu pra gostar de tanta besteira), nunca ocorreu a nenhum de vocês como são engraçadas as coisas? De repente você está sentado enchendo a cara de café e escrevendo uma bobagenzinha como esta que vocês estão lendo quando passa pela sua cabeça: como eu conheço tanta gente sem conhecer nenhuma pessoa! Eu estava justamente pensando no que escrever hoje, então eu vou colocar algumas palavrinhas sobre o assunto conhecer pessoas.
Convivemos com muitas pessoas diferentes ao longo de nossas vidas. Começamos pelos nossos pais e irmãos, que podem ser ao mesmo tempo .:Christos e Satã, e nós os amamos por isso. Mas não interessa o quanto vivamos com eles, sempre haverá algum traço novo na loucura inerente aos homens que até o momento não havíamos percebido. Seja que nunca tenhamos notado que um irmão bebe leite direto da caixa, seja que nunca tenhamos percebido que nossas mãe usam sempre o mesmo brinco, ou qualquer coisa assim... o tempo passa e cada vez percebemos que conhecemos pouco nossas próprias famílias! A prova disso é que eles nos surpreendem de vez em quando, fazendo coisas que ninguém esperaria deles.
Depois os coleguinhas de escola. Gente muito esquisita, para se falar sinceramente, mas que serve de parâmetro para as loucuras maiores que a idade mais adulta nos reserva. Desses, só interessa falar dos colegas de segundo grau, pois a probabilidade de se manter algum contato com estes é muito maior. Todos os tipos juvenis, desde a lolita que queria se enamorar (engravidar?) do professor até o gênio esquisito e recluso do fundo da sala, podem ser encontrados nesse ambiente insalubre para o desenvolvimento intelectual de uma pessoa (a sala de aula). Não é nada saudável misturar projetos de filósofo e projetos de pastor no mesmo recinto, pois a maturidade e o bom senso que nasce dela ainda não estão plenamente desenvolvidos.
Depois os mais esquisitos de todos: os colegas de faculdade. Bem, esses eu só conheço da sala de aula para fora, pois aos 18 tomei consciência de que sala de aula é um local inadequado para se aprender o que quer que seja e deixei de freqüentá-la... Mas voltando ao assunto, numa universidade típica você encontra de tudo, desde advogados padrão (canalhas mentirosos, sem querer ofender) ao pensador "aéreo" com toda a erva que conseguiu mandar pra mente. Cambada de esquisitos, que você não chega a conhecer nem o nome na maioria dos casos...
Por fim, temos o caso mais estranho ainda: ninguém conhece a si mesmo. Podem chiar o quanto for, mas ninguém vai conseguir falar algo de definitivo (isto é, dizer o que é) sobre si mesmo. Vai falar nomes, títulos, feitos, tudo influenciado pelo estado emocional do momento em que a pessoa fala. Os homens não conhecem as próprias essências, dando uma de aristotélico aqui com vocês. Por isso que eu considero psicologia e psiquiatria uma enganação só: os caras que dizem que entenderam a mente não fazem nada que não seja categorizar as pessoas em virtude do que elas pensam... Eu não sei quanto a vocês, mas tentar enfiar as pessoas em modelos baseados em seu comportamento mental é conversa pra boi dormir...
Ao mesmo tempo, somos capazes de nos relacionar com pessoas que não tem nada a ver conosco, ou mesmo que não teríamos motivo de trocar uma palavra com elas se não fosse um acaso feliz. Gente que, sob outras circunstâncias, não daríamos um bom dia são nossas companheiras de diálogos e eventos - ainda que não as conheçamos mais do que conhecemos a nós mesmos. Como por exemplo meus leitores, que eu não sei se existem e não se manifestam com comentários - mas me lêem, e por isso nos relacionamos dessa forma. Tem gente que não teríamos sequer a chance de dar bom dia em circunstâncias normais, mas algum acaso feliz fez com que elas entrassem em nossas vidas. Algumas saem muito rápido, mas outras ficam.

Depois eu que sou esquisito...

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