Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sábado, 10 de maio de 2008

1. Questão do Mundo

Existe um mundo tal como nossos olhos percebem uma série de coisas? Dados sensíveis tem o péssimo hábito de estar além de qualquer possibilidade de verificação que não seja a comparação com sua fonte. Por isso eles não servem para me dizer o que é o mundo, ou o que existe no mundo. Se os sentidos servissem para dizer o que o mundo é, teríamos uma infinidade de mundos que não se comunicariam entre si. Se os sentidos não alcançam dizer o que é o mundo, essa resposta se encontra além dos limites do sensível - ela deve estar na razão, na lógica. O mundo só pode ser descrito nos termos da razão, da lógica - qualquer outra fonte de dados não servirá para esse propósito. Os dados sensoriais não alcançam falar dos fatos do mundo. Se os fatos do mundo pudessem ser descritos em termos sensoriais, um mesmo fato geraria um infinito número de descrições parcialmente incompatíveis entre si, o que tornaria inútil a linguagem. Os fatos do mundo possuem a mesma natureza do mundo quanto a descrição, senão não poderiam ser descritos. Se os fatos do mundo não podem ser descritos em termos sensíveis, apenas o que está além do sensível pode descrever o mundo - a razão, a lógica. Os dados sensíveis são particulares, a razão é universal.
Os dados sensíveis não alcançam descrever os objetos do mundo. Se os objetos do mundo fossem descritos em termos sensoriais, haveriam tantas descrições dos objetos que inutilizariam qualquer tipo de conhecimento sobre o objeto. Os obejtos do mundo possuem a mesma natureza do mundo, senão não poderiam aparecer no mundo. Se os dados sensíveis não conseguem descrever os objetos do mundo, a descrição só é possível com elementos que estejam além dos sentidos - a lógica, a razão. A instância última dos sentidos é a instância primeira da razão e da lógica.
O mundo, os fatos e os objetos só podem ser descritos - e portanto conhecidos - nas instâncias da razão e da lógica apenas. O mundo, os fatos e os objetos se resolvem em fatos da razão e da lógica. Só existe uma maneira de conhecer o mundo, uma maneira de descrevê-lo. Essa maneira é a maneira lógica. A multiplicidade de existências que as descrições baseadas nos dados sensíveis sugere é ilusória, pois só pode haver uma descrição completa, uma maneira de conhecer o mundo. É enganoso pensar que mais de uma descrição completa é possível do mesmo mundo, do mesmo fato, do mesmo objeto. Descrições diferentes só podem ser diferentes se não forem descrições completas. O mundo, os fatos, os objetos se dão a conhecer completamente em caracteres lógicos, e se permitem descrever completamente em caracteres lógicos.

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