Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Eras - contribuição de Axis Mundi

Caríssimos amigos e existentes leitores desta Acta Diurna dos seres despertos escondidos entre as malhas acolchoadas de uma cela cubicular que os protege das loucuras que os adormecidos chamam de realidade verdadeira. Axis Mundi resolveu mostrar a que veio de novo, me enviando essa amável contribuição para publicação neste espaço não-oficial de desinformação esclarecedora. Bem, divirtam-se: vale a pena ler.

Eras
por Axis Mundi

Eu passei tantos anos percorrendo este mundo. Anos que para mim mais pareciam eras. Cada pessoa foi mágica e também desespero. Cada dia foi cheio de tanto pensar, que me perguntava se a loucura dos loucos e a loucura dos sábios eram iguais e se ambas começavam assim.
Por jardins de flores de pedra, muito tristes, como que transformadas por Medusa, vaguei.
Cercada de gente, na multidão, estava só.
No deserto clamei e chorei, pois percebi que minha condição de mulher me limita.
Cheguei a perguntar ao Criador se ele havia se esquecido de mim. "Não vire seu rosto", eu disse. Pensei de que forma seria melhor morrer.
De repente, algo se transforma em mim. E vejo que o amor é como os brotos das flores sãs. Quero cores, quero cheiros, quero gostos, quero sexo, quero amar, andar pelo mundo inteiro.
Quero dizer a todos, de todas as crenças, que iremos para o paraíso, basta que seu amor seja grande e sincero.
Então, agora amo ser mulher, voltei a sentir a liberdade de sempre, pois conheci você durante os dias em que correntes me oprimiam, e minha mente era um caleidoscópio.
Descalça, e por caminhos tortuosos andei, caminhos cheios de plantas hostis, ervas daninhas e espinhos. Porém, quantas vezes, à noite, abri os braços, deixei a cabeça inclinar-se para trás e vi milhões de estrelas? Olhei para os lados e vi a fogueira dos ciganos, olhei para baixo e vi areia do mar.
Tudo na esperança de voltar a sentir a vida, e não a morte.
Até que no fim de outro dia cinza, meus olhos viram um campo de lírios, tão brancos, tão puros, sem mácula alguma. "É miragem”, pensei. Sem hesitar, fui entrando.
Então, mágica muito maior se deu!
Um daqueles maravilhosos lírios aos poucos foi se transformando em você, o caule de repente era tuas lindas pernas e teu viril tronco, e as folhas, teus lindos braços. E finalmente, as pétalas viraram teu belo - tão belo! - rosto.
Sem saber se seria bem recebida, abracei tão atraente corpo, e você correspondeu!
Então pensei: "tudo valeu a pena, enfim!"
Todas as tristezas, todas as provações, todo choro, todo tempo perdido.
O caminho foi esquecido, o mal desfavorecido, o cansaço acabou.
E a loucura ? Loucura não existe, agora que tenho você.
O mundo agora é pequeno!

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