Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Tempo - uma auto-descrição

Caríssimos Amigos e existentes leitores deste pequeno espaço de desinformação virtual que tanta gente prestigia com uma simples e humilde visita. Tem um texto que eu escrevi faz um ano, mas só agora eu o achei no meio do meu lixo eletrônico. Trata-se de uma auto-descrição que eu fiz em um momento mais down de minha vida. No entanto parece que muita coisa continua igual pra mim, e por isso eu prestigio vocês com esse achado arqueológico.

Tempo.
Talvez essa palavra fale de mim mais do que eu gostaria de revelar para alguma pessoa. Ela fala sobre minha personalidade, sobre minha existência e sobre minhas atividades, de um jeito muito mais preciso do que longas frases seriam capazes de fazer. Nada mal para alguém como eu, que já viu mais coisas entre o céu e a terra do que a vã filosofia supõe existir mas ainda consegue manter-se vivo ao ponto de ser capaz de mudar.
Tempo.
O mundo passou adiante, mas eu o acompanhei. Em meus primeiros dias o mundo era menor, cabia entre meus dedos e eu poderia percorrê-lo com algumas passadas. Mas o mundo seguiu adiante. Agora existem grandes distâncias a se percorrer, e muito mais coisas do que eu jamais serei capaz de conhecer. Cabe a mim tentar sucesso na ingrata tarefa de segui-lo, gastando todas as minhas forças na busca desse ideal insandecido.
Tempo.
Deixei muitas pessoas nas curvas e paradas da minha senda. Amei, não menos do que amo agora, mas não mais do que apenas uma pessoa, tão parecida comigo mesmo que eu até me assusto, merece. Fugi de minhas coragens e enfrentei meus medos enfermos. No fim vi que não amei, não busquei o bom amor... Talvez isso se deva ao fato de ter conhecido apenas agora o que é o amor, ou, melhor ainda, ter conhecido a quem amar. Mas no amor, talvez o Tempo não me deixará passar sem ter amado o bom amor.
Tempo.
Procurei respostas para as perguntas que me atormentam mesmo quando a vida cessa de insistir em manter-me deste lado. Persegui minhas vazias metas com fervor quase religioso, e negligenciei as justas causas. Busquei causas esotéricas, excêntricas, políticas, existenciais. Passei pelos mil mundos e nove infernos com a mesma serenidade com a qual reflito sobre mim mesmo, e sobre essa palavra que tão bem me define. Sou velho, mesmo sendo tão novo, e muitos são os Dias contados pelo Ancião que me guia.
Tempo. O velho mestre dos novos tempos...

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