Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O Eterno Retorno Durante uma Viagem Mental na Pracinha

Caríssimos amigos e existentes leitores desta pequena instância imanente da realidade acolchoada que se esconde entre as dobras dos muitos possíveis na mente do Absoluto. Durante as muitas idas e vindas da existência eu me vi esperando minha doce Marília naquela mesma pracinha na Zona Sul do município do Rio de Janeiro - pros curiosos, agora eu sei o nome da praça: Nossa Senhora da Paz -, só que dessa vez envergando melhores trajes: uma calça jeans nova em folha e uma bela camisa social cor-de-rosa que quase teve sua gola destruída por uma tarada em uma outra ocasião. Como eu teria que esperar quase por uma hora, decidi deitar-me em um dos banquinhos da praça e usar minha mochila como travesseiro.
Meus amigos, eu tenho que confessar uma coisa a vocês: o pensamento meu só funciona quando eu estou fazendo merda - seja deitar em um banquinho de praça ou cagando no banheiro. Pois nesse momento em que pessoas normais simplesmente relaxariam eu decidi filosofar. Depois de divagar sobre como eu gostaria que a casa em que eu irei morar com Marília um dia fosse (uma casa com gramado, algumas árvores e um canteiro para flores), eu me peguei fazendo a pergunta proibida: "mas quantas vezes eu já estive aqui neste banco de praça fazendo essa pergunta?"
Pessoas normais deixariam essa questão de lado assumindo estar na hora de procurar um psiquiatra por conta de uma esquizofrenia. Mas eu não seria vosso humilde contador de besteiras se eu fosse uma pessoa normal. Não satisfeito em perguntar, eu me respondi: "muitas e nenhuma", e aí entrou o momento bigode. Como qualquer criança de seis anos sabe, Nietzsche foi um grande defensor da idéia do eterno retorno, que reza que as coisas acontecem em ciclos de repetição. De acordo com esse princípio básico eu estou escrevendo esta reflexão pela n-ésima vez, vocês estão lendo esta reflexão pela n-ésima vez e o porco safado do Lula foi eleito pela (n*2)-ésima vez.
Quantas vezes nós vivemos as mesmas coisas? Muitas e nenhuma, é só o que se pode dizer. Quem nunca teve aquela sensação de familiaridade em uma situação ou frente a uma pessoa que nunca viu mais gorda na vida? Olhamos pras coisas tantas vezes - e nenhuma vez, posto que nunca conhecemos as coisas em sua totalidade. Quantas vezes eu me deitei naquele banco sob as mesmas condições e tive essas mesmas reflexões? Uma das conseqüências da teoria do Big Bang é que ele supõe um loop temporal de expansão-contração - o que quer dizer que o Universo explode, se expande, se contrai até virar um pelotinho ultra-concentrado de matéria e explode de novo, mantendo o ciclo. Tudo se repete, até mesmo este escrito. Tudo aconteceu milhões de vezes antes e acontecerá mais milhões de vezes - inclusive meu sonho com a casa perfeita para morar com Marília naquela pracinha.
Mas entra aí a questão: como saber se isso é verdade? E eu respondo na lata: como negar que isso é verdade? É questão de ponto de vista, pelo o que parece...

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