Ex Nihilo
Morri - morri sem nunca ter estado vivo
Sangrei toda a alma em essência natimorta
Sou aquele que é sem nunca ter existido
Cruzei os umbrais sem ter aberto uma porta
Deixei para vós reais ilusões e sólidas aparências
O legado eterno dos homens para sempre mortais
Deixo como herança a dúvida: "tereis vivência"?
Mas não me perguntai, já que os mortos não falam!
Como sois tolos em acreditar possuírdes ser
E que algo além de ilusão persiste em vossos olhos
Embaciados por coisas que existem como sonhos
Oh, mundo oco, cheio de coisas que não podem ser
Pudesse eu o esmagaria com o martelo de Hefestos!
Mas estou morto, cansado, vivo e muito velho...
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Umbra
De novo sinto tua sombra em minhas coisas...
Aquele traço teu, tão peculiar ao meu olfato
E que marcou fundo desde nossa primeira vez
Eu o sinto aqui, nas paredes de meu quarto
Posso ver teus olhos, pérolas faiscando
Olhando para mim em doce súplica profana
Divinamente esquecidos entre meus joelhos
Enquanto nossas almas assim se tornam uma
Minha pele ainda é marcada pelo seu perfume
Cada poro do meu corpo exala tua doce essência
E minha vida se alimenta do teu puro lume
Mas o que eu sinto é apenas tua sombra
Vago resquício de tua forte luminiscência
A trazer alegria para minha triste umbra
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Confissões (Amor Iludido)
O vazio de minha essência quis eu preencher
Da pior maneira que um homem poderia escolher:
Quis preenchê-lo com o amor que por ti sinto
Eis que sem perceber criei para mim cruel labirinto
Sei que tu não me amas tanto quanto eu te amo
E por "amor" não chamas a mesma coisa que eu chamo
Essa é a triste vida de um cancioneiro da alma:
Por amor viver sem paz e muito longe da calma
Mas não te obrigues a me amar como eu amo a ti
Pois não quero forçar-te a tamanho sacrifício...
Deixa-me só a amar do que forçar o amor a ti
Deixa-me chorar por um amor não correspondido
Mas não me deixa viver sem ti, meu benefício
Preferível a morrer só é viver um amor iludido
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Soneto à Imperatriz
Salve Rainha de Minhas Primaveras
Doce é a tua voz que me alcança ao largo
Teus cabelos com grinaldas entrelaçadas
Trazem cor ao meu sombrio mundo amargo
Vem a mim, tu que é a Maior das Deusas
Flutuando na gaze destes primaveris salões
De árvores feito e enfeitado por guirlandas
Contigo trazes tua pura luz para estes portões
Ajoelho em tua frente, oh grande Deméter
E junta-te a mim no Sagrado Trabalho
Sacerdote e Sacerdotiza juntos no Éter
Cinge minha fronte com a Coroa Dourada
Pois sem esse teu gesto eu de nada valho
Sagra-me teu Imperador, oh Imperatriz amada
Manual de Instruções
Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.
P. S.: decifra-me ou devoro-te!
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terça-feira, 31 de julho de 2007
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