Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pro Brasilia fiant eximia

Caro Leitor

O título deste pequeno artigo, que também aparece no brasão de armas do Estado de São Paulo, está escrito em latim e significa "Pelo Brasil façam-se grandes coisas". Até onde eu me lembre, o atual brasão de armas de São Paulo foi desenhado na época da Revolução Constitucionalista de 1932, quando o Estado de São Paulo, sozinho, lutou contra a ditadura inconstitucional de Getúlio Vargas. Infelizmente os paulistas não ganharam a luta, mas em 1934 foi convocada uma Assembléia Constituinte para dar ao Brasil uma nova Constituição. Além da vitória ideológica, os paulistas conseguiram um outro mérito com essa questão: eleger a primeira mulher política, a deputada paulistana Carlota Pereira de Moraes.
Essa luta heróica dos paulistas em 1932 contra um protoditador caudilhista possui paralelos gritantes com o atual cenário político-eleitoral brasileiro. Temos, de um lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) revelando o monstro do chavismo oculto sob a máscara do trabalhismo, do populismo e do paternalismo; do outro, novamente de São Paulo vem, na figura do candidato à presidência pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), senhor José Serra, a luta contra a instalação de uma ditadura, e mais do que nunca o lema do Estado adquire urgência e necessidade. Como Nietzsche diria, a História é regida pela lei do eterno retorno, e, complemento eu essa idéia, aquele que estuda o passado aprende a prever o futuro.
Getúlio, assim como o PT, travestiu-se de "Pai dos Pobres" (título esse usurpado sem nenhum pudor pelo atual presidente, senhor Luiz Inácio Lula da Silva) enquanto minou todos as liberdades constitucionais com o golpe de 1930. Em muitos lugares o gaúcho caudilhista é aclamado como verdadeiro herói pelas massas, que ignoram solenemente que a verdadeira motivação de Getúlio ao agradar o povo era evitar um contragolpe. Mas por trás do sorriso e do charuto, imagem que muito me lembra um presidente americano da época do qual não consigo lembrar o nome, havia um ditador perfeitamente alinhado com os interesses do Eixo, isto é, do nazi-fascismo inimigo da democracia. Basta lembrar que ele enviou Olga Benário Prestes para um campo de concentração nazista, onde ela morreu em uma câmara de gás.
Os paulistas perceberam isso e lançaram-se em armas contra o resto do país, contra o exército e contra os lacaios, capangas e correligionários do getulismo. Não é preciso dizer que a idéia em si era bastante desanimadora, visto que a infantaria do exército brasileiro era tida como uma das melhores do mundo, mas mesmo assim os paulistas tentaram. Os paulistas tinham em mente o ideal da democracia, e muitos veteranos de 1932 dizem que era uma idéia corrente entre eles que era preferível morrer em batalha do que viver sem a liberdade e a democracia. Eles foram derrotados em campo de batalha, porém venceram no plano ideológico e Vargas não teve outra opção que não fosse convocar a Constituinte de 1934. É claro que, como bom ditador, ele simplesmente outorgou a Constituição de 1937, alinhando descaradamente o Brasil com os países do Eixo, mas essa é outra história.
É sempre bom lembrar que esses são os fatos, e se estes divergem da história oficial é porque ela é escrita pelos vencedores.
Atualmente temos um cenário muito parecido com aquele que motivou os paulistas a enfrentar Getúlio Vargas. As fraudes eleitorais se tornaram lugar-comum, a exemplo de como era nos dois primeiros anos do primeiro governo Vargas. Há um governo disfarçado de popular e democrático mas sedento de eliminar todas as liberdades e direitos constitucionais que a duras penas foram conquistados pelos Heróis de 1932 e pelos ativistas do movimento Diretas Já no início dos anos 1980. As instituições mais sagradas do Estado Nacional de Direito (a Constituição, o Código Penal, o Judiciário, o Ministério Público, a Procuradoria Geral) são constantemente aviltadas por um governo sequioso de tornar-se ditatorial. Se antes a ideologia era o caudilhismo, agora é o chavismo - mais brutal, mais intolerante, mais autoritário e menos sutil. A religião e a família, pilares fundamentais de qualquer sociedade sadia, são abandonadas e ditas sem valor em prol dos ideais ultrapassados do Manifesto do Partido Comunista. Os valores mais básicos de qualquer sociedade são atropelados e sujeitos a intervenções absurdas. A discriminação de cidadãos se tornou algo banal porque foi legalizado: ao impedir por lei de se chamar uma pessoa negra de negra, por exemplo, obriga-se o uso de eufemismos, que servem (como qualquer professor de língua portuguesa pode explicar melhor do que eu) para dizer coisas vergonhosas ou escandalosas sem chocar o interlocutor - ou seja: a lei, promulgada sob os auspícios do PT, afirma que é vergonhoso ser negro, gordo, homossexual e por isso obriga os cidadãos a não usarem essas palavras. Criar cotas raciais para negros, índios, etc., nas universidades públicas é afirmar que essas "raças" (nota: eu discordo do conceito de raça aplicado a seres humanos por causa da cor da pele ou do formato da caixa craniana, mas vamos usar a palavra para simplificar as coisas) para as quais se criam cotas são menos capazes que as outras. Quem não se lembra da polêmica levantada pelo Terceiro Plano Nacional dos Direitos Humanos, que institui e legaliza a censura estatal? Ou de como o PT formulou um projeto de lei que descriminaliza a invasão de propriedades particulares, desdenhando desse direito tão fundamental em um Estado Nacional de Direito? Ou como a popularidade do atual governo e de seus aliados políticos é atingida com mentira e distorções nos fatos? A necessidade de dominar os cidadãos é tal que o governo PT quer interferir até mesmo na forma como os pais criam seus filhos!
Mais: os aliados internacionais do atual governo revelam claramente suas intenções. Ao apoiar as FARC, ao aliar-se com o protoditador caudilhista Hugo Chávez, ao defender os interesses do presidente do Irã, senhor Mahmoud Ahmadinejad, ao ceder a Embaixada Brasileira em Honduras aos interesses de Manuel Zelaya, o PT se tornou vítima do dito popular "dize-me com quem andas e digo-te quem és". Aliados de ditadores, narcotraficantes e terroristas podem não ser ditadores, narcotraficantes e terroristas, mas compactuam com suas idéias e os defendem sempre que for necessário. Das acusações de compactuar com as FARC o PT tem se esquivado a comentar, o que, apesar de não provar nada, já suscita enormes dúvidas no seio dos homens de bem de nossa nação. Ao defender os governos chavista e iraniano, o PT deixa claro que é um consumado amante do autoritarismo, do terrorismo de Estado e do fim das liberdades constitucionais. E para aqueles que alegarem que a Venezuela tem uma Constituição, lembro que esta foi praticamente imposta por Hugo Chávez ao povo em um plebiscito cujo caráter foi meramente figurativo. Foi algo parecido com o plebiscito que nomeou Napoleão para imperador: o eleitor tinha que colocar nome completo e endereço na cédula - nessas condições, quem não votaria em Napoleão, um general já consumado por seu gênio militar?
Dilma Rousself, chamada por alguns como "poste eleitoral" (no sentido que seus votos advém quase que exclusivamente da imagem do atual presidente, sr. Luiz Inácio Lula da Silva, à qual a imagem da candidata foi "pendurada" como um cartaz em um poste), ex-líder da Guerrilha do Araguaia, é a candidata que herdará e continuará esse governo chavista inimigo de todas as liberdades e direitos constitucionais adquiridos à duras penas. Viveremos em uma ditadura, mesmo que a aparência seja a de uma democracia, e a República como a conhecemos acabará, pois não há república sem democracia, sem liberdade. Será um amargo fim para os sonhos sonhados tão incessantemente por aqueles que querem para o Brasil apenas o melhor. Será o fim do orgulho de ser brasileiro.
Mas São Paulo, evocando o significado do lema de seu brasão, mais uma vez corre em auxílio do Brasil, da Democracia e da República. Mais uma vez os paulistas de valor mostram que "se ergues da justiça a clava forte / verás que um filho teu não foge à luta / nem teme, quem te adora, a própria morte", como em letras de ouro está escrito em nosso Hino Nacional. De São Paulo vem a voz que diz "NÃO!" ao monstro disfarçado de pai dos pobres. De São Paulo vem o núcleo de um movimento que une todos os homens de bem deste país na luta contra a implantação do chavismo em território nacional. De São  Paulo surge a esperança no horizonte do Brasil na figura do candidato à presidência pelo Partido da Social Democracia Brasileira, senhor José Serra. A este homem todos os homens de bem deste país devem voltar seu apoio e esperança, pois dele nascerá um país melhor, sem mensalões, sem valeriodutos, sem chavismo, sem FARC, mas com liberdade, com igualdade e com uma democracia de verdade!
Ouvi, ó homens de bem desta era: pro Brasilia fiant eximia! Este é o grito de guerra e chamado para uma guerra, a maior de todas já travadas em território nacional - mas não é uma guerra com batalhas, armas e trincheiras. Estamos em uma guerra pelo futuro de nosso país, uma guerra que decidirá se afundaremos nos mares mais negros do totalitarismo chavista ou se continuaremos a avançar rumo a esplendorosa, resplandescente e fulgurante luz do Estado Nacional de Direito, das liberdades e direitos constitucionais e da democracia. Repassem este artigo, divulguem os crimes contra os excelsos valores fundamentais que estão sendo ameaçados pela continuidade do PT no poder. Só assim poderemos ter esperança em um futuro melhor.

Aos Heróis Veteranos de 1932, ídolos de todos os paulistas de valor, que seus ideais, sua memória e a chama que os conduziu à luta por um Brasil melhor estejam entre nós neste momento de adversidade! Sejam nossa fonte de inspiração nesta luta contra o chavismo e em defesa da Democracia, da República e do Estado Nacional de Direito! Emprestem aos homens de bem desta era o valor, a coragem, a força e a honra que os impeliram à glória de lutar pelo bem do Brasil!

Rio de Janeiro, vinte e três de julho do Ano de Nosso Senhor de dois mil e dez,
Sessenta e oito anos e quatorze dias do início da Revolução de 1932 e da formação do Exército Constitucionalista.
Luís Fernando Carvalho Cavalheiro (cada vez mais orgulhoso de ser paulistano)

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