Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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segunda-feira, 12 de março de 2012

Quem disse que Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro foi uma boa coisa pro povo?

Fonte: Ex- Blog do Cesar Maia, edição de 12/03/2012

RIO-2016: PROBLEMAS NO PROJETO DE EDIFÍCIOS AO LADO DA RODOVIÁRIA!

    
1. Entende-se a ansiedade da prefeitura do Rio de mostrar qualquer coisa à Comissão do COI, que está chegando para inspecionar o andamento. De prático não há nada, ou quase. Então vai mostrar a praça do Rock'n Rio e a maquete do projeto de edifícios ao lado da Rodoviária Novo Rio, hipotética futura Vila de Jornalistas. Hipotética, pois com o núcleo dos JJOO na Barra vai ser difícil convencer jornalistas de ficarem por ali. Mas há problemas delicados nesse projeto.
    
2. A área na Av. Francisco Bicalho, lado direito no sentido Centro-Área Portuária, onde serão construídos os edifícios, se chama Praia Formosa. Toda a Francisco Bicalho, até a Praça da Bandeira -num sentido- e Campo de Santana -em outro-, era um braço de mar, aterrado na reforma urbana do Rio e construção do novo porto, a partir de 1903, no governo Rodrigues Alves. E ali era uma praia, a Formosa.
   
3. Tudo feito com tecnologia da época. Por isso, a Francisco Bicalho sempre alaga numa chuva mais forte. Seus dois lados são de pequeníssimo adensamento, com a estação Leopoldina, a Usina de Asfalto e o IML de um lado e a praia Formosa de outro. Essa era o pátio de manobras dos trens de carga. Depois, galpões de escolas de samba do segundo grupo.
  
4. Adensar a área sem refazer o sistema de drenagem será a fórmula do caos. Imagine-se uma Vila de Jornalistas cercada de enchente, sem mobilidade, no caso de uma chuva média no período dos jogos?
  
5. E há mais dois problemas tão graves quanto. O primeiro é uma mentira, mais uma: haveria um Hotel 5 estrelas no local onde era a Usina de Asfalto. Todos os hotéis cinco estrelas do Rio estão na orla, da Glória à Barra da Tijuca. O mercado não absorverá um hotel de 5 estrelas ali e nenhum investidor vai jogar dinheiro fora.
  
6. O terceiro problema é a propriedade da área. Esta pertence à RFF -rede ferroviária federal- que se encontra em um complexo processo de liquidação, com um enorme passivo, especialmente trabalhista. A massa falida da RFF terá que ser paga. Aliás, já deveria ter sido paga, pois com o anúncio do projeto, ela será automaticamente valorizada com um valor potencial difícil de precisar.
  
7. E um problema colateral, que é uma espécie de rotina nos projetos da atual prefeitura. Ninguém sabe por que -nem como- a empresa divulgada foi escolhida; ninguém conhece a memória de cálculo dos valores, que valor de apartamentos a serem disponibilizados à venda para posse em 2017, para avaliação de mercado, enfim..., fora os costumeiros croquis coloridos para conseguir espaço na imprensa, nada se sabe. E vai se acumulando trabalho para as investigações de praxe do MP.
           
8. Em tempo. O consórcio Solace, que obteve a concessão do empreendimento é formado pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia.

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