Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

BRASIL COPIA O ESTILO DE CUBA E DA VENEZUELA: DIPLOMACIA DE SLOGANS! (publicado originalmente no Ex-Blog do Cesar Maia, edição de 21/05/2010)

Nota: o artigo a seguir foi publicado originalmente no Ex-Blog do Cesar Maia, edição de 21/05/2010. Retransmito como forma de colaborar com aqueles que ainda defendem alguma transparência e seriedade na política e na diplomacia brasileiras.

BRASIL COPIA O ESTILO DE CUBA E DA VENEZUELA: DIPLOMACIA DE SLOGANS!
                    
1. Cuba e Venezuela usam a política externa como instrumento de propaganda para inventar um inimigo externo e, com isso, ampliar o apoio interno, e para multiplicar a percepção da importância de seus países.  A política externa deles é marcada por slogans e frases de efeito, na luta retórica contra o imperialismo e coisas tais.
                    
2. Brasil de Lula segue com rigor a Diplomacia de Slogans. E amplia, com presença internacional como 'evangelista' do etanol numa fase, de camisas da seleção em outra, e com acordos políticos e comerciais "fakes", que nada mais produzem que "barrigas" na imprensa. Nessa última tentativa de 'barriga nuclear', a imprensa brasileira esteve atenta e não deu a Lula, no dia seguinte, as manchetes que esperava.
                    
3. A diplomacia brasileira construiu, por décadas, o respeito internacional, pela capacidade e conhecimento de nossos diplomatas, nas instituições, tratados e acordos internacionais. Cesar Maia lembra a este Ex-Blog, que ouviu da ministra de relações exteriores do México, e do vice-ministro de relações exteriores da França para América Latina, no início dos anos 2000, enormes elogios ao Itamarati. As reclamações da ministra mexicana eram quanto à impermeabilidade à manipulação política, da diplomacia brasileira.  
                    
4.  Um ou outro empreiteiro brasileiro se encanta com a "venezuelo-cubanização" da política comercial externa, na medida em que conseguem grandes projetos com financiamento brasileiro e sem nenhuma licitação. Se somarmos as linhas de crédito anunciadas por Lula para exportações brasileiras, de bens e serviços, vamos chegar a quase 10 bilhões de dólares. Na prática, talvez uns 5% disso tenham sido realizados. Lula anuncia o perdão de dívidas de países pobres para exaltar suas viagens e minimizar a importância desses países em relação ao Brasil, em atos desrespeitosos.
                    
5. Mas quando um país confronta, como Bolívia e Paraguai, Lula recua, e sequer defende contratos assinados pelo Brasil anos atrás e direitos de nossas estatais. Reclama do FMI e, para parecer grande, transfere reservas ao mesmo FMI. Na crise grega atual, anunciou que estava ajudando a Grécia. Na verdade era a participação do Brasil no capital do FMI, ou 250 milhões de dólares, ou 2,5% das reservas transferidas ao FMI, ou 0,003333% da ajuda internacional. No Haiti, seu imobilismo, expôs o exército brasileiro ao constrangimento de ter que abrir alas para a passagem de militares dos EUA, até que Lula se recompusesse.
                    
6. O Unasul virou um palanque para o exibicionismo de Lula, Chávez, Kirchner, et caterva. O Mercosul foi demolido pelo governo Lula. A presença de Lula nos fóruns internacionais é apenas midiática. Obama impulsionou a sua vaidade ao apontá-lo como 'o cara'. Com isso, amaciou-o no G-20. Em todos os pódios duplos, quando da visita a outro país, o presidente/chefe de governo desses países tem que ouvir, com um sorriso amarelo, as metáforas e gracinhas futebolísticas de Lula. De tudo isso o que se vê de resultados é o Brasil ter virado uma economia primário-exportadora do século 19, e boa parte do século 20, para o estremecimento cepalino, em seus túmulos, de Raul Prebish e Celso Furtado.  Isso tudo, para não falar nas cumplicidades nem tão ocultas com Farc e congêneres. Ai..., quando o laptop de Raul Reyes 'falar'.
                    
7. E o Senado do Brasil -responsável constitucional pela aprovação dos tratados, acordo, convênios internacionais- a tudo assiste, impávido colosso, passivamente, com Lula tomando decisões que são de outro Poder, ignorando as atribuições do Senado, certo de que a "base aliada" coonestará o que decidiu sem ouvir e sem debater.  
                   
8. Esse é o melancólico fim de oito anos dessa Diplomacia de Slogans, que deixa a tradição do Itamarati num quadro de humilhação e constrangimento. E Lula feliz por seu histrionismo diplomático.

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