Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

As Aventuras de Mestre Cavalheiro na Floresta Velha em Busca do Potinho de Manteiga

Tudo começou quando a irmã de uma certa pessoa resolveu pedir o impensável:
- Meu creme de cabelo acabou! Você iria comprar um outro potinho dele para mim?
Como em parte o motivo para o tal creme ter acabado foram os meus cabelos, eu decidi mover o meu traseiro gordo e ir até a loja para ela. Nada demais, vocês diriam... e não teve nada demais mesmo. Eu saí do trabalho, passei na loja (na Tijuca), comprei o creme (cuja embalagem parece o potinho da margarina Qualy®), fui para a faculdade e de lá eu fui para casa.
Sem graça, como a vida costuma ser.
Já que aqui cabe também narrativas fantásticas e ficcionais, vamos fazer com que esse passeio seja algo que mereça ser contado. A qualidade do conto será julgada pelos meus inexistentes leitores.

Fazia frio no final da tarde do décimo dia de Pós-Lite, mas estava nosso amigo caminhando valentemente pela solidão dos limites da Floresta Velha. Não havia alma viva pelo caminho, e não havia nada de bom naquele lugar - mas nosso amigo sabia que teria que enfrentar a Sombra que ali jazia, pois apenas assim ele poderia recuperar o lendário Potinho de Manteiga que milagres fazia pelos cabelos cacheados. Lá estava ele, o vento brincando em algumas das folhas mais alegres das árvores que com um simples sussuro pareciam dizer muito mais do que um simples "vá embora". Havia passos na terra preta que cimentara na trilha, indicando que algo muito estranho poderia estar passando por ali.
Nosso amigo pára na entrada da trilha, e ele logo se lembrou de que uma vez lá dentro apenas com o Potinho poderia sair - mas isso não o impediria: nada deteria aquele que foi forjado nos relés do eletrotratamento. Munido de sua coragem, de um clip de papel e de alguns biscoitos esquecidos em algum lugar de sua mochila, lá foi ele pela estrada afora, bem sozinho. Por horas de intermináveis segundos ele caminhou, o vento como único companheiro e a música das folhas e das árvores e dos animais como único deus que ele pudesse venerar. Mas nada que não fosse a estrada aparecia perante seus olhos, já cansados pela mesma mesmice em eterna mudança da paisagem da trilha. Árvores são tediosamente iguais em sua teimosia em ser diferentes umas das outras.
Logo na primeira clareira ele encontra uma mulher: não era nada que em outras circunstâncias fosse digno sequer de nota mental, mas ali, naquele ambiente inóspito, cercada por potes e vasilhas das mais variadas formas, adquiria os contornos de um daimon, o próprio Eros inspirando Sócrates em sua caminhada rumo ao Bem.
- Em que posso ajudá-lo, senhor?, disse ela com uma voz que em outros lugares seria apenas uma voz, mas ali era a Voz.
- O Potinho de Manteiga está aqui?, disse nosso amigo, com uma voz que parecia ter sido tirada de um dos filmes do Pee Wee.
- Não senhor. Procure na próxima trilha.
Nosso amigo parte em direção a uma outra trilha. No caminho ele encontra um velho de baixa estatura usando uma jaqueta azul e botas amarelas conversando com três garotos. "Velho pedófilo", pensou nosso amigo enquanto se afastava e antes de escutar a cantiga:

O velho Tom Bombadil é um bom camarada
Azul é sua jaqueta e sua bota é amarelada!

Ele passa por uma outra mulher, e essa era a Mulher. Com sua voz dos doces anjos de Lúcifer ela oferece o seu Sagrado Potinho ao nosso amigo, que educadamente rejeita.
- O que você quer, então?
- Procuro o Potinho de Manteiga, e não saio desta floresta sem ele.
- Você rejeita o meu Potinho Sagrado?
- Sim.
- Então vá por esta trilha.
Nosso amigo então chega em uma caverna, e nessa caverna estava uma jovem mulher, que muito bem poderia ser a Filha da Mulher - se o Filho do Homem quis salvar o mundo, nada melhor do que a Filha da Mulher para guardar o Potinho de Manteiga.
- Boa tarde, jovem homem, saúda a Filha da Mulher eu sua voz divina. Posso ajudá-lo?
- Pode sim. Eu quero o Potinho de Manteiga.
- Aqui está senhor. Mais alguma coisa?

Viram só? É mais interessante de se ler do que a vida como ela é, ainda que esteja mal escrito e seja puramente ficcional.

Um comentário:

Dani Cavalheiro disse...

Estamos esperando!!!



E queremos a participação do Salgueiro-Homem!!!!


=)

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