Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
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P. S.: decifra-me ou devoro-te!

domingo, 13 de abril de 2008

Será que estamos comprando o livro pela capa?

Caríssimos amigos e existentes leitores deste pequeno espacinho de total inter(des)conexão com as dobras irregularmente reais de um pequeno quitinete escondido em alguma esquina da chamada "realidade regular" por aqueles loucos o suficiente para não enxergarem além dos véus de ilusão de Matrix (putz: eu consegui uma introdução de mais de três linhas!). Faz um tempo que eu sequer dou sinais de vida, então a primeira coisa que eu quero dizer (sem desanimá-los, é claro) é: estou vivo, não foi desta vez que vocês se livraram de mim. Mas depois desta injeção de (des)ânimo em todos vocês eu quero lançar aqui uma questão que pode ser interessante (ou não): vocês compram um livro pela capa?
É, pode parecer estranha do jeito que está formulada, mas depois que eu contar o "causo" vocês vão entender o que eu quero saber. Para aqueles que têm a (in)felicidade de conhecer o Rio de Janeiro (a cidade), vocês já devem ter ouvido falar na famosa Confeitaria Colombo. Trata-se de um espaço extremamente tradicional no centro da cidade, famosa por seus quitutes e preços exorbitantes. Pois bem, em um dia desses estavam caminhando pelo centro do Rio minha querida Axis Mundi e eu, e decidimos comer alguma coisa. Ela recomendou a tal confeitaria (da qual eu já conhecia a fama de muito cara) e eu (imbecilmente) aceitei. Cada um tomou um café pequeno e comeu um croissaint (não sei se se escreve assim, mas assim vai ficar até alguém me corrigir) com manteiga. Custou R$ 9,00. E foi uma senhora de uma porcaria: um café que parecia ter sido coado na cueca de alguém e um pãozinho metido a besta que estava murcho e queimado. E Axis Mundi elogiou a lavagem que nos ofereceram como se fosse comida.
Se vocês olharem no site da confeitaria (é o endereço para o qual direciona o link anterior desta postagem) vocês vão ver que se trata de um lugar muito tradicional e muito elogiado pelos freqüentadores. Aí eu lanço a pergunta: eles elogiam porque a comida é boa ou porque são metidos à besta e elogiam a comida porque o lugar tem nome? Sim, porque a maioria das pessoas têm esse hábito detestável de gostar de um lugar apenas porque ele é famoso, chique ou badalado, e lançam um f*$##$%*$#@$¨#$&#*#oda-se para a qualidade do serviço prestado. Eu saí da tal confeitaria me sentindo enganado e assaltado, pois em qualquer boteco eu comeria coisa melhor por menos da metade do preço - mas as pessoas elogiam muito, creio eu porque se trata da famosa Colombo e todos sabem que a Colombo tem fama de fazer bons quitutes.
É uma situação complicada, e, se a gente parar para analisar, percebemos que é um problema de imensas proporções. Certas grifes produzem roupas que mais parecem panos de chão ou fronhas baratas para travesseiros, mas que muitas mulheres desejam loucamente simplesmente porque pertencem à grife em questão e por este motivo acham essas roupas as mais belas que existem. Um autor ou um cineasta "cult" sempre produz obras-primas mesmo que se trate do maior lixo jamais visto por olhos humanos - o cinema francês é o exemplo mais flagrante deste caso: o cinema francês é uma senhora porcaria (salvo raríssimas exceções) mas é aclamado porque os intelectuerdas de plantão acham o máximo. Eu particularmente prefiro comprar roupas em lojas populares e assistir os bons filmes que Hollywood produz (e existem, como, por exemplo, O Sexto Dia, A Pequena Miss Sunshine, O Senhor das Armas, etc.), mas existem pessoas que não conseguem ir além das opiniões das outras. Resultado: um filme francês que fica cinqüenta minutos sem nada acontecer é um excelente filme, ou uma roupa que custa US$ 300,00 e mais parece uma capa para bujão de gás é o que há. Ou uma confeitaria em que o cozinheiro faz comida pensando que está preparando lavagem para porcos é aclamadíssima. Entenderam a minha revolta: será que estamos comprando o livro pela capa?

2 comentários:

João M. A. da Silva disse...

acho que alienação mercadológica...

Dani Cavalheiro disse...

Acho que você deu azar... Mamãe foi à Colombo e comeu super bem e foi super bem atendida. Tudo bem que ela pagou cinquenta dinheiros por um café da manhã...

Mas o lance da capa é verdade... Por isso que compro roupa no brechó chamado C&A e como nos podrões da vida. Mas sempre tem um infeliz que dá valor a filmes que não entende, comida ruim, roupas que vem pela metade e todas as porcarias cult/moda/padrão de beleza e afins. Sinceramente, vocês capitalistas de merda pseudodiferentes da cultura de massa e franceses wannabe me dão NOJO!!!

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