Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pro Brasilia Fiant Eximia: um chamado que jamais morre

Pro Brasilia Fiant Exímia é uma frase em latim que significa "Pelo Brasil façam-se grandes coisas", foi um dos lemas da Revolução Constitucionalista de 1932 e hoje é a divisa que aparece no Brasão de Armas do Estado de São Paulo. A História (a augusta senhora, não a história de letras minúsculas nas quais constam nomes como Luiz Inácio da Silva, José Dirceu, Hugo Chávez e outros tantos canalhas aviltadores das instituições mais sagradas de um Estado) nos ensina que em 1932 os paulistas se levantaram em armas contra o governo inconstitucional de Getúlio Vargas, exigindo que uma nova Carta Magna fosse redigida para nossa nação. Ainda que tenham perdido a guerra, os paulistas comemoraram a vitória de seu movimento em 1934, quando uma Assembléia Constituinte deu ao Brasil uma nova Constituição.
Quem acompanha meus escritos sabe que a Revolução de 1932 tem sido um tema recorrente, e talvez queira dissolver a urgência que me traz ao labor da escrita em rótulos pretensamente depreciativos como "ufanista" e "provinciano". Ao brasileiro de olho aguçado, aquele ente provavelmente imaginário que olha ao longe e divisa com clareza os rumos que nos conduzem ao horizonte, parece certo que a estrutura do cenário está, aos poucos, se remontando, e sou daqueles que defendem o estudo da História como forma de antever o Futuro. As semelhanças com o passado são gritantes.
O Partido dos Trabalhadores age como o NSDAP, ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei em alemão), agiu para se assenhorar e se perpetuar no poder (para quem não sabe, o NSDAP é o famigerado Partido Nazista, pelo qual Hitler se elegeu chanceler na Alemanha e depois tornou-se aquilo que bem conhecemos). Assumiu apenas superficialmente uma ideologia que o identificasse como salvador dos oprimidos e desvalidos. Cunhou um líder popular, identificado com os sofrimentos e dificuldades de seu povo mas que não passava de um medíocre agitador de massas dotado de um carisma sobrenatural. Pregou um programa ideológico identificado com os interesses dos trabalhadores pobres mas despido de qualquer conteúdo que não fosse frases retóricas destituídas de significado. Fez alianças com antigos inimigos cooptados pelo odor de corrupção e locupletação. Lançou mão de meios fraudulentos para atingir o poder, revelando-se desprovido de pudor, ética ou mesmo sendo moral, e, tão logo eleitos, eliminaram ou silenciaram os opositores e os aliados que demonstrassem incômodo frente à falta de escrúpulos. Por fim, reescreveu a história de seu país, para que todos os benefícios observados pelo povo fossem atribuídos ao partido e todos os malefícios, aos seus opositores. Como último ato dessa medonha ópera, reescreveu a Constituição de modo a legitimar todos os delírios totalitaristas que anseavam ver materializados.
Em um ponto, porém, afasta-se o Partido dos Trabalhadores brasileiro do Partido dos Trabalhadores alemão: suas ações não são justificadas pela ideologia, que aparece hoje como um pano de fundo distante e esquecido. Alinhado com uma tendência da América do Sul, o Partido dos Trabalhadores faz uma política populista, caudilhista, paternalista e personalista, na qual importa muito mais a identificação com o governante do que com a ideologia deste. Nesse sentido, aproxima-se muito mais de Getúlio Vargas, o caudilho que inaugurou a série de protoditadores sulamericanos desprovidos de identificação com a ideologia que pregavam. Isso explica a imensa aprovação do governo Lula, de longe um dos mais corruptos de nossa História.
O Partido dos Trabalhadores sabe disso tudo, eu tenho certeza. Existe entre os membros da alta cúpula desse partido pessoas com notável erudição, mas não é motivo para surpresa que essas pessoas atuem apenas nos bastidores. É a mesma relação que existia entre Goebbels e Hitler, por exemplo. E é por isso que eles evocam a mentira como senhora e a calúnia como concubina, pois sabem que para manipular o povo é preciso pouco, desde que seja verossímil - Napoleão nos revelou isso de maneira irrefutável. Ao distorcer os fatos e apelar para a falta de memória política do brasileiro típico o Partido dos Trabalhadores consegue criar uma verossimilhança tal que nem mesmo George Lucas, considerados um dos grandes nomes dos efeitos especiais de Hollywood, atingiu: o governo Lula é tido como o melhor dos últimos vinte anos.
Então eu volto ao início deste artigo, Pro Brasilia Fiant Eximia. Pessoas morreram para que hoje desfrutássemos de um Brasil livre e democrático, e vinte anos depois um partido, nascido no seio daquela luta, pretende acabar com tudo aquilo que foi conquistado pelo preço do sangue. Hoje se pede de nós muito menos: apenas um simples voto. Um voto na democracia, na liberdade de expressão, na liberdade religiosa, na liberdade de imprensa, no direito à propriedade, no Brasil pelo qual nossos pais e nossas mães morreram nas mãos dos militares. No entanto, é por esse voto que nós, brasileiros, faremos pelo Brasil as maiores coisas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Todos se voltam com bons olhos para o governo Lula,(Eu não sei de nada).

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