Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Para o Partido dos Trabalhadores, democracia é isso: obrigar as pessoas a acreditarem ou dizer o que convém ao PT...

Nota: a carta a seguir foi publicada originalmente em http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/27/carta-candidata-dilma-335820.asp. O título original é "Carta à candidata Dilma", mas o título deste e-mail é de minha autoria para combinar com o meu comentário: como esperar que Dilma (que representa a confluência dos anseios e projetos de seu partido, o PT) honre os compromissos democráticos caso seja eleita?

Carta à candidata Dilma

Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha... "acontece". Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas: falta de educação e a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.
Acho que todos sabem do que estou falando.
O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um "abrakadabra" na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil "os outros também fazem...". De lá pra cá foi um Deus nos acuda!
Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.
Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.
É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.
O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.
E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.
Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.

1) desprezo ao culto à personalidade;
2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...
3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.

Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.

SP, 25/10/2010

Ruth Rocha, escritora

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Feliz Dia dos Professores

Fica a lembrança e a homenagem àqueles cujo valor jamais será posto propriamente em palavras. Aos professores do Brasil (eu incluso), eu os saúdo pelo nosso dia!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pro Brasilia Fiant Eximia: um chamado que jamais morre

Pro Brasilia Fiant Exímia é uma frase em latim que significa "Pelo Brasil façam-se grandes coisas", foi um dos lemas da Revolução Constitucionalista de 1932 e hoje é a divisa que aparece no Brasão de Armas do Estado de São Paulo. A História (a augusta senhora, não a história de letras minúsculas nas quais constam nomes como Luiz Inácio da Silva, José Dirceu, Hugo Chávez e outros tantos canalhas aviltadores das instituições mais sagradas de um Estado) nos ensina que em 1932 os paulistas se levantaram em armas contra o governo inconstitucional de Getúlio Vargas, exigindo que uma nova Carta Magna fosse redigida para nossa nação. Ainda que tenham perdido a guerra, os paulistas comemoraram a vitória de seu movimento em 1934, quando uma Assembléia Constituinte deu ao Brasil uma nova Constituição.
Quem acompanha meus escritos sabe que a Revolução de 1932 tem sido um tema recorrente, e talvez queira dissolver a urgência que me traz ao labor da escrita em rótulos pretensamente depreciativos como "ufanista" e "provinciano". Ao brasileiro de olho aguçado, aquele ente provavelmente imaginário que olha ao longe e divisa com clareza os rumos que nos conduzem ao horizonte, parece certo que a estrutura do cenário está, aos poucos, se remontando, e sou daqueles que defendem o estudo da História como forma de antever o Futuro. As semelhanças com o passado são gritantes.
O Partido dos Trabalhadores age como o NSDAP, ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei em alemão), agiu para se assenhorar e se perpetuar no poder (para quem não sabe, o NSDAP é o famigerado Partido Nazista, pelo qual Hitler se elegeu chanceler na Alemanha e depois tornou-se aquilo que bem conhecemos). Assumiu apenas superficialmente uma ideologia que o identificasse como salvador dos oprimidos e desvalidos. Cunhou um líder popular, identificado com os sofrimentos e dificuldades de seu povo mas que não passava de um medíocre agitador de massas dotado de um carisma sobrenatural. Pregou um programa ideológico identificado com os interesses dos trabalhadores pobres mas despido de qualquer conteúdo que não fosse frases retóricas destituídas de significado. Fez alianças com antigos inimigos cooptados pelo odor de corrupção e locupletação. Lançou mão de meios fraudulentos para atingir o poder, revelando-se desprovido de pudor, ética ou mesmo sendo moral, e, tão logo eleitos, eliminaram ou silenciaram os opositores e os aliados que demonstrassem incômodo frente à falta de escrúpulos. Por fim, reescreveu a história de seu país, para que todos os benefícios observados pelo povo fossem atribuídos ao partido e todos os malefícios, aos seus opositores. Como último ato dessa medonha ópera, reescreveu a Constituição de modo a legitimar todos os delírios totalitaristas que anseavam ver materializados.
Em um ponto, porém, afasta-se o Partido dos Trabalhadores brasileiro do Partido dos Trabalhadores alemão: suas ações não são justificadas pela ideologia, que aparece hoje como um pano de fundo distante e esquecido. Alinhado com uma tendência da América do Sul, o Partido dos Trabalhadores faz uma política populista, caudilhista, paternalista e personalista, na qual importa muito mais a identificação com o governante do que com a ideologia deste. Nesse sentido, aproxima-se muito mais de Getúlio Vargas, o caudilho que inaugurou a série de protoditadores sulamericanos desprovidos de identificação com a ideologia que pregavam. Isso explica a imensa aprovação do governo Lula, de longe um dos mais corruptos de nossa História.
O Partido dos Trabalhadores sabe disso tudo, eu tenho certeza. Existe entre os membros da alta cúpula desse partido pessoas com notável erudição, mas não é motivo para surpresa que essas pessoas atuem apenas nos bastidores. É a mesma relação que existia entre Goebbels e Hitler, por exemplo. E é por isso que eles evocam a mentira como senhora e a calúnia como concubina, pois sabem que para manipular o povo é preciso pouco, desde que seja verossímil - Napoleão nos revelou isso de maneira irrefutável. Ao distorcer os fatos e apelar para a falta de memória política do brasileiro típico o Partido dos Trabalhadores consegue criar uma verossimilhança tal que nem mesmo George Lucas, considerados um dos grandes nomes dos efeitos especiais de Hollywood, atingiu: o governo Lula é tido como o melhor dos últimos vinte anos.
Então eu volto ao início deste artigo, Pro Brasilia Fiant Eximia. Pessoas morreram para que hoje desfrutássemos de um Brasil livre e democrático, e vinte anos depois um partido, nascido no seio daquela luta, pretende acabar com tudo aquilo que foi conquistado pelo preço do sangue. Hoje se pede de nós muito menos: apenas um simples voto. Um voto na democracia, na liberdade de expressão, na liberdade religiosa, na liberdade de imprensa, no direito à propriedade, no Brasil pelo qual nossos pais e nossas mães morreram nas mãos dos militares. No entanto, é por esse voto que nós, brasileiros, faremos pelo Brasil as maiores coisas.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um Brasileiro Pede Socorro em um Quase-Soneto

Levantai-vos, oh defensores do Brasil!
Vinde de vossa pura Terra Sem Males
Aquelas jamais tocadas por mãos ímpias
Vinde em defesa do vosso povo gentil!

Vinde de vossas terras gloriosas ao Oeste
Empertigai-vos com viril orgulho ao Norte
Erguei vós da Justiça a clava forte ao Sul
Navegai em socorro nosso vindo do Leste

Trazei de vossa História a Grã Autoridade
Lembrada em Canções de Puro Vir-a-Ser
Protegei-nos dos vilões com serenidade

Levai para longe os inimigos de tua gente
Expulsai a terrorista mineira para o oblívio
E fazei do paulista do teu povo o presidente

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coincidência nada casual...

Caro Leitor (e principalmente ao amigo Roberto Barbosa, ao qual há muito estou devendo um artigo - não esqueci, amigo, e este opúsculo é um prenúncio do pagamento de minha dívida)

A democracia é, por definição, frágil. Como uma criança, ela precisa ser bem cuidada, nutrida, educada e direcionada para que não se perverta ou corrompa ao longo de sua vida. Em um cenário ideal, os diferentes grupos de cidadãos de um Estado cuidam desse bebê porque reconhecem no Estado o fundamento de sua existência, algo sem o qual simplesmente não existiriam. Assim o Estado e a democracia prosperam, e assim eles atendem às necessidades dos diferentes grupos que se aninham sob suas asas.
Em um cenário não muito ideal, porém, a dinâmica é outra. Um grupo deseja fazer valer seus interesses em detrimento dos demais, e para isso precisa investir violentamente contra a democracia. Para isso precisa extirpar aqueles que pensam de modo diferente. Precisa silenciar a imprensa que denuncia suas reais intenções. Precisa reescrever a História, dizendo-se o grupo com maior índice de aprovação popular e o grupo que realizou os maiores e mais benéficos feitos para o Estado e os demais grupos. Precisa forçar a aprovação de uma nova Constituição, seja conseguindo maioria no Congresso, seja intimidando ou cooptando a oposição. Por fim, escancaram as mandíbulas e mostram as presas sedentas de sangue, e investem com todas as forças sobre os oponentes, frequentemente lançando mão de milícias ou unidades pára-militares. No final, eliminam até mesmo os aliados que fraquejam ante a carnificina e o banho de sangue, e apenas o grupo inicial se beneficia do novo estado de coisas.
Esse cenário é semelhante a algo que vocês conhecem? Muitos pensarão, ao ler o parágrafo anterior, que estou a falar do Brasil de hoje. Engraçado... pois eu não estava a pensar no Partido dos Trabalhadores, mas no NSDAP, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de Adolf Hitler. A História mostra como o PT de Lula seguiu os mesmos passos que o NSDAP na ascensão ao poder, faltando apenas forçar uma nova Constituição (coisa que Dilma pretende fazer) e assassinar os aliados que recuarem frente às atrocidades. A semelhança é tamanha que o discurso segue a mesma estrutura: insinuar que os partidos de oposição querem vender o país para as potências estrangeiras, apresentar-se como o salvador dos pobres, prometer assistencialismo paternalista, inflamar-se contra supostos inimigos internos - leia-se: jornalistas e outros homens corajosos que querem apenas desvelar a farsa para o público.
Não acredito em coincidências, caro leitor. Ainda mais em coincidências deste naipe.

sábado, 2 de outubro de 2010

Rosas

Quando tento escrever
Saem só versos mancos
Umas poucas palavras
Um poema em branco

Quando tento escrever
As palavras não sabem dizer
Todas aquelas minhas rosas
Que eu tenho guardadas para você

Mas não sou poeta, você sabe
E antes que este verso acabe
Vou lhe contar o que quero escrever

As rosas do amor eterno e da paixão
Que eu amei no fundo do meu coração
Eu as guardei apenas para você 
Powered By Blogger