Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Votos Natalinos (ainda que um pouco atrasados)

Caríssimos

É com um pouco de atraso que venho desejar a todos vocês um Feliz Natal, repleto de Paz e felicidade e pleno de realizações dos desejos e vontades do profundo âmago de nossas almas. Neste período tão especial, celebrado por quase todas as religiões anteriores ou posteriores à Santa Igreja, erguemos suplicantes os olhos em direção ao objeto de nossas crenças - mesmo os ateus, em seu desgastante esforço de contínua negação, e os agnósticos, em sua angustiante dúvida eterna - e pedimos, pequenos como somos, repletos de esperança, dádivas das quais nos julgamos merecedores e cobramos aquelas que porventura não nos tenham sido dadas ao longo do ano. Em verdade eu digo: fazemos isso o ano inteiro, mas é agora, em uma época em que o Divino encontra-se mais próximo, que nos sentimos mais à vontade para expor nossos secretos desejos e descontentamentos.
Mas será esse o propósito de tão especial data?
Celebramos no Natal o início de uma nova esperança: o nascimento de Nosso Senhor. Digo nós os católicos, pois outras religiões colocam ou colocaram o símbolo deste início em outros objetos. Por exemplo, entre os povos pré-Igreja não era incomum a celebração do solstício de inverno, que se dá por volta do dia vinte e três de dezembro, como uma forma de afastar o fantasma do frio e da carestia e suplicar pelo retorno do sol necessário para o plantio e outras atividades humanas. Entre os egípcios o solstício representava, entre outras coisas, o renascimento de Osíris do mundo dos mortos (posso estar confundindo o nome do deus, mas a idéia é essa). Mas o que há de comum é que essa celebração marcava o renascimento de alguma coisa: da esperança, da própria possibilidade da vida. Talvez não seja vinte e cinco de dezembro a data real do nascimento do Filho do Homem, do Verbo Encarnado, mas a escolha de uma data como essa, carregada de simbolismo, é no mínimo sugestiva.
Eis a questão: será que aproveitamos esse momento para renascer? Será que aproveitamos para abandonar a mesquinhez, a arrogância, o orgulho, a inveja, a ira, e nos permitimos a entrada do Renovador em nossas vidas, pelo menos por uma noite? Tal é a magnitude do Seu ato que Ele sofreu os mesmos tormentos reservados aos Filhos de Adão e ao final de tudo ofereceu-Se como sacrifício perfeito para a expiação de nossos pecados apenas para que pudéssemos renascer! Eis um dos Mistérios da Santa Fé: ascender em direção à Luz do Mundo por meio deste Renascimento. Não é preciso que reentremos no ventre de nossas mães, como entendeu inicialmente José de Arimatéia, mas sim que meditemos sobre o significado da missão do Cordeiro neste mundo. O Natal é justamente a lembrança e o convite para isso, é o chamado para um novo nascimento, um renascimento verdadeiro e sincero que abrirá para os que renascerem o Pórtico de Ouro, que marca o início da estrada para a Luz.
E para os não-católicos, qual é a mensagem da data? Apenas os mais insensíveis e malignos dentre vocês admitirão que coisas como a mesquinhez, a arrogância, o orgulho e todos os defeitos psicológicos combatidos pela mensagem do Messias são coisas boas para o homem, e por isso devem ser mantidos. Não há como negar que a mensagem de paz e amor transmitida pelo Cristo Redentor possui um caráter universal, um apelo que se seguido pelos homens nos séculos dos séculos fará deste mundo um lugar muito melhor para se viver. Para aqueles que discordam do valor da caridade, peço que se lembrem das vítimas de Santa Catarina, Campos e Minas Gerais, apenas para citar três catástrofes próximas no tempo e no espaço, e quero que me digam que é errado ajudá-las. Para aqueles que discordam do valor do amor universal, quero que me digam que o ódio universal é melhor do que o amor universal - isto é, que a guerra é melhor do que a paz. Eis o ponto em que Platão, Protágoras, Aristóteles, Rosseau, Kant, Hobbes e Bentham concordariam pacificamente: o homem prefere a Paz e a Caridade à guerra e à mesquinhez. Quero que aqueles que discordam da universalidade do Ensinamento de Jesus apontem os erros e os demonstrem. A mensagem da data continua, pois, a mesma: é preciso renascer.

Que a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a União do Espírito Santo estejam com todos vocês!
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