Manual de Instruções

Caros leitores, após muito tempo decidi quebrar alguns de meus votos de silêncio. Um deles inclui voltar a escrever por aqui. O outro, falar de política. Tarja Preta versão 3.0, divirtam-se!
Caso você encontre em algum dos meus textos algo interessante e queira compartilhar com seus amigos ou em seu site, revista, jornal, etc., sinta-se à vontade. Basta indicar a fonte e recomendar a leitura do blog, e todos os textos que estão aqui estarão ao seu dispor.

P. S.: decifra-me ou devoro-te!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Da Problemática do Problema

Amigos, eu achei um dos textos que provocou a discussão que eu citei com aquele meu amigo. Segue-se:


Da Problemática do Problema

Vivemos em nossas vidas falando em problemas e em dificuldades. Falamos nos empecilhos que estão entre nós e nossos objetivos. Falamos de forças que nos são opostas. Falamos em influências maléficas em nossas vidas. Falamos o quão difícil é atingir nossas metas, nossos interesses... sem contar em quão difícil é o próprio Caminhar. Mas, será que falamos de maneira acertada?

Percebam que sempre colocamos dificuldades em nossos projetos: pessoas que não gostam de nós, conjunturas pouco propícias, objetivos muito maiores do que podemos atingir. Sempre o problema é posto do lado de fora, num outro ser ou entidade que parece ter um prazer sádico em nos atrapalhar. Percebam que responsabilizamos a toda e qualquer pessoa que possa ter nos impedido. Percebam que não perdemos tempo em levantar nossos dedos e apontar uns aos outros, dizendo: "és responsável por minha ruína!" Percebam que é sempre o outro quem culpamos... mas será que o outro é realmente o culpado? Vamos olhar para dentro de nós mesmos. O que é o problema? É um empecilho? É um entrave, ou uma oposição, externa? Quando estabelecemos metas e não as atingimos, quem foi o culpado?

O outro não pode influenciar o eu. Pense em um copo virado com a boca para baixo: algo entra nesse copo? O eu é um copo com a boca virada para baixo, é totalmente isolado do exterior. Nada que venha de fora irá penetrar no eu. Vai bater na camada externa de vidro e ali vai ficar. O outro não pode exercer influência sobre o eu, a não ser que o eu lhe permita isso. As coisas podem entrar em um copo cuja boca esteja virada para cima, mas não foi porque elas quiseram entrar que conseguiram, e sim porque o copo lhes permitiu entrar. Assim, podemos entender que o outro não pode afetar o eu, a não ser que o eu lhe permita isso.

Pois bem, se o outro não pode afetar o eu, podemos então dizer que a culpa de nossos problemas não está num agente externo. Nenhuma pessoa, força ou entidade pode afetar o eu, a não ser que o eu lhe permita isso. Ninguém poderá fazer com que seus projetos ou objetivos não se comportem da maneira esperada, a não ser você. Apenas o eu tem o poder de mudar o mundo em que o eu vive, e ninguém mais pode mudar esse mundo. Culpar o outro pelos nossos problemas é uma forma do eu se proteger das dores e conseqüências do não atingir suas próprias metas. Mas apenas o eu doente tem medo de não atingir suas metas, de tentar se tornar aquilo que se é.

Caríssimos, percebamos que o real problema não é aquele que apontamos como problema. Não há coisas que nos impeçam de atingir nossos objetivos. Não há nenhuma entidade maléfica que se delicia em ver nossos sonhos serem negados. Não há nenhuma potência cósmica cujo objetivo é impedir nossos avanços no caminho. Há apenas um único empecilho, uma única entidade, uma única força que nos impede: nós mesmos. Nós, que ainda deixamos nosso eu doente mandar em nosso ser aquilo que se é, que deixamos o outro agir em nossos eus, que apontamos para o outro e dizemos: "sois vós minha causa de ruína!" — somos nós o motivo de nossos insucessos. Caríssimos, é esse o nosso real problema: nós mesmos.

Agora que sabemos qual é o nosso problema, devemos nos perguntar: "se sou eu o culpado por meus problemas, como poderei fazer para resolver meus problemas?" Pois, enquanto não trabalharmos para resolver as doenças de nossos eus, eles continuarão doentes, e continuarão a ser nossos problemas. Feliz é o homem que resolveu seu problema, pois para ele tudo será dado! E nossos problemas têm uma solução simples: a cura dos nossos eus. E a doença que aflige nossos eus é tão simples de tratar! Nós sempre fomos educados pela sociedade a não manifestar nossos eus, pois aquele que manifesta um eu sadio é senhor sobre as máquinas da sociedade. O eu está doente porque está esquecido, e curar o eu é lembrar-se dele, é lembrar-se daquilo que se é.

Lembrar-se do eu não é uma tarefa fácil. Anos se passaram, eras se acumularam, instituições foram criadas, tudo com o objetivo de sacrificar o eu em prol de uma sociedade controlável e interessante para alguns. Mas, em prol dos interesses desses alguns, nós fomos obrigados a esquecermo-nos de nossos próprios eus, e o resultado disso foi que nossos eus ficaram doentes. Nossos eus desaprenderam a ser aquilo que se é. Nossos eus foram reprimidos por uma máquina maligna que se chama sociedade. Nossos eus foram soterrados por uma pilha de lixo que se chama civilização. Contam os relatos antigos que os homens voavam no Alto Egito Antigo. Os homens desse tempo não foram forçados a negar seus eus. Os homens desse tempo eram seus eus.

O caminhar é justamente isso. É livrar-se das amarras da sociedade e permitir que seu eu se torne aquilo que se é. É curar a doença dos nossos eus. É conhecer, valorizar, amar nossos eus. É aprender a voar. Seremos chamados de loucos? Sim. De subversivos, de imorais, de inadequados para a vida em sociedade? Com toda a certeza? Devemos nos importar? Claro que não! Passaremos a viver nossos eus. Passaremos a voar. Abençoados sejam os caminhantes, pois eles encontrarão suas sendas e repousarão nas sombras do Divino.

Caríssimos, eu vos exorto ao caminhar, pois apenas caminhando poderemos curar as doenças de nossos eus. Apenas caminhando, poderemos voar.

Lamento do Leproso

Para compensar o tempo em que eu fiquei sem escrever, eu posto agora um dos melhores poemas que eu já escrevi (em minha opinião).

Lamento do Leproso

Tudo o que eu quero é um pouco de carinho,
mas não tem ninguém para me acarinhar.
Sou um humilde leproso amaldiçoado
condenado a pelo mundo sempre errar

Sou filho da vergonha e do desamparo
maldito rebento de entranhas malignas
numa mundana abjeta pelo demo feito
expulso e marcado por línguas ferinas

As marcas de minhas vergonhas me seguem,
a tristeza e o desamparo são minhas vias.
Sou um humilde leproso sem um lar,
sou velho, e privado de minhas alegrias

Possa haver perdão para mim aqui
em minha humilde caverna e solar.
Sou apenas carente em carinhos,
mas não há ninguém para me acarinhar

Pequena conversa sobre vampiros

Amigos Leitores

 

Primeira coisa: me desculpem pelo tempo que fiquei sem escrever: o tempo é uma merda, nunca deixa a gente fazer aquilo que realmente quer...

 

Faz um tempo, na época em que eu mantinha um outro blog, um texto que eu publiquei sobre os vampiros enquanto metáfora para a existência humana suscitou uma discussão com um amigo por e-mail. Estou agora disponibilizando para todos vocês essa discussão, e assim que eu achar o texto que a originou eu o publico também.

 

***

 

De Rodrigo Pimenta

 

Caro Luis

Gostei de seu comentário sobre os vampiros e sua ligação com a vida. Aliás, achei interessante você ter escrito que os vampiros retratam nada mais nada. Menos, do que pessoas normais que nos cercam no nosso dia a dia, e que esse fato, inconscientemente se reflete em obras literárias através desses fictícios personagens enigmáticos e humanos em sua raiz. Gratifico você pelo tópico

Cordialmente

 

***

 

De Luís Fernando

 

Caríssimo

 

Agora você entende o fascínio que se me exerce a linha "Mundo das Trevas"? Dane-se o que os outros jogadores costumam pensar sobre o sistema - até mesmo sobre o injustiçado "Lobisomem", que permite a interpretação mais intensa dos três clássicos da White Wolf mas que tem esse ponto negligenciado por pelo menos 90% dos grupos -, eu levo minhas conclusões acadêmicas ou existenciais ao extremo. Isso eu aplico também ao RPG, e não é segredo para ninguém que um mínimo de conhecimento filosófico garante ao jogador muito material sobre o qual trabalhar. Eu tenho um ponto de vista sobre a vida do amigo da sabedoria que me leva a alguns extremos, a saber: em minha opinião, ou você estuda filosofia (e não apenas a filosofia, como também a matemática e a física) como se fosse um curso de engenharia ou letras, ou você se torna um estudante de filosofia (ou matemática ou engenharia) de tempo integral. Talvez por isso algumas pessoas possam considerar-me excêntrico, mas isso se deve ao fato de não partilharmos o mesmo cálice comunal dessa loucura, mas isso me leva a ver mais do que a casca seca e dura da realidade consensual e me mostra o recheio macio de algo mais doce do que o mel.

 

Cordialmente

 

***

 

De Rodrigo Pimenta

 

Caro Luis

 

Entendo seu fascínio, mas veja que sua admiração não está fundamentalmente ligada ao sistema de regras, ma a idéia principal do cenário e suas características psicológicas, acredito que sua visão sobre o "monstro" mítico do vampiro, é respeitável e intelectualmente refinada, mas hás de convir, que mesmo em D&D, o vampiro, que você usou como exemplo, pode ser tão denso e complexo quanto o da Storyteller, tudo depende do Mestre e de seus jogadores... Já imaginou como poderia ser a explicação psicológica de um elfo vampiro, se formulada de forma adulta e analítica?

Por tanto meus problemas, e acredito que os de muito jogadores é que o sistema de regras não é bom o suficiente para acompanhar o processo intelectual do jogo. A saber, a mecânica não é empolgante. As regras nos livros dessa honorável editora possuem uma visão contraditória sobre seu próprio conteúdo, não é incomum encontrarmos textos que colocam o cenário e o conteúdo prático do livro contra as regras e não em comunhão com elas, por isso temos regras que parecem colocadas no livro à contra gosto, como se os autores preferissem ter feito uma peça ou ensaio teatral mítico e não um RPG. As estruturas matemáticas do livro foram ignoradas em algumas regras, por isso quem lê o livro o critica, na maioria das vezes, por falta de comunhão entre as regras e a temática e filosofia em que se baseia o cenário.

Quanto ao lado filosófico, respeito sua visão extremista, mas como sou um ser de natureza imparcial e friamente analítica (Libra no zodíaco grego e Cão no horóscopo chinês), não vejo razão funcional em me firmar em apenas um ponto de pensamento, quando nos apegamos aos pensamentos que adotamos, limitamos as possibilidades que se desenham ao nosso redor sutilmente e de modo quase imperceptível, embora você possa sustentar a teoria de que se afastar da realidade consensual deste mundo nos abra os horizontes, eu defendo a tese de que esse afastamento só será útil se feito de forma não passional e consciente do que o cerca. Defendo essa tese mesmo sendo quase ou tão desfrutador desse cálice de loucura quanto você, minha única adição ao seu texto, é que nunca podemos esquecer da sociologia no processo filosófico humano.

 

Cordialmente

 

***

 

De Luís Fernando

 

Caríssimo

 

Minha fascinação pelo cenário deve-se sobretudo pelos elementos acadêmicos contidos no mesmo. Faço parte de uma pequena parcela dos estudantes de filosofia que também são RPGistas e usam o jogo como ferramenta de produção de pensamento filosófico - por que não o fazer, se a pedagogia, a psicologia e outros campos do estudo humano o fazem? Mas isso é assunto para outras missivas, pois se trata de uma discussão acerca de metodologia que eu não pretendo incluir no escopo deste texto.

Claro que a entidade literária a que chamamos vampiro pode ser tratada por outros meios, e isso não negligencio; afinal, desde tempos mui antigos esse objeto de estudos de caninos pontudos aparece nos textos literários, poéticos e mesmo em registros históricos (eu assim considero as lendas e o folclore de um povo ou nação). E antes que você me pergunte, não, eu não misturo as coisas: há horas para ser o jogador de RPG e há horas para ser o estudante de filosofia; parafraseando Freud, eu diria que "há horas que um jogo é apenas um jogo". Esse é um erro muito comum que se comete ao se tratar com pessoas como eu e outras tantas que levam a filosofia para o máximo de aspectos de seu cotidiano - pois são estas pessoas que melhor sabem distinguir o momento exato para ser estudante de filosofia e qual não o é.

Quanto ao RPG, mesmo nesse campo se pode ter abordagens muito distintas quanto aos conceitos-chave desta entidade literária em questão. O D&D, por exemplo, por ser um RPG que enfatiza os conflitos nos eixos do Bem x Mal e Ordem x Caos, enfatiza os aspectos malignos associados ao vampiro, como você deve ter percebido; já o Storyteller, um sistema muito mais centrado nos conflitos internos do espírito e nos conflitos entre externo e interno ao espírito, permite no âmbito de seus axiomas um tratamento muito mais apropriado à idéia. Não se exclui, com isso, a possibilidade de um tratamento "infantil" à idéia de vampiro em Storyteller (coisa essa, aliás, que freqüentemente acontece) ou de um tratamento "adulto" à idéia em D&D (coisa que pode vir a ser feita em momento oportuno - aliás, isso me dá uma idéia de mestragem em D&D...). No percurso de sua experiência com o jogo em questão você já deve ter visto exemplos desses casos o bastante para que eu me detenha a comentá-los aqui; convoco-o a pensar, pois, e a trazer ao mundo dos vivos esse morto que se chama passado.

Realidade consensual é um conceito para o qual não há realmente consenso, se me permite o trocadilho infame. É complicado falar nesse conceito em virtude de haver muitos autores que defendem teorias que o envolvem; haver autores que não usam explicitamente esse conceito, mas se valem dele em suas teorias; e autores que o atacam veementemente. Exemplos de autores de cada uma dessas vertentes são Edmund Husserl e os fenomenólogos; Platão; e Renée Descartes. Ainda há um quarto caso de realidade consensual que não é abarcado por nenhum desses três casos, a saber, os conceitos orientais da mesma ordem de Maya, que defendem ser este mundo uma ilusão e que existe um mundo maior e mais belo a ser encontrado. Entendo por esse conceito tão-somente um consenso entre as idéias que um indivíduo qualquer tem e que ele julga terem alguma relação com a realidade exterior que ele percebe por meio dos sentidos existir; em outras palavras, trata-se de um acordo (ou um consenso) entre as idéias do indivíduo e o mundo que ele percebe existir da forma que ele percebe existir. Perceba que não há nada de místico ou iniciático nessa definição e, portanto, ela não seria capaz de definir uma forma de "ampliar horizontes" ou algo equivalente - como diria Deleuze, a única ampliação de horizonte que há nessa conversa toda é que você passa a ver as máquinas que operam por detrás dos panos.

Como conseqüência disso, parece ser forçoso o apegamento aos próprios pensamentos. Mas é nesse ponto que eu o convido a analisar comigo uma interessante conseqüência da minha definição de realidade consensual: a deciduidade das idéias. Em termos simples e absurdamente minimalistas, quando uma idéia deixa de estar em consenso com a realidade que o indivíduo percebe, o que ele racionalmente deve fazer é descartá-la e adquirir outra que, esta sim, seja consensual. Assim sendo, uma pessoa que se apegue às próprias idéias está impedindo o ciclo próprio do aprendizado (este definido por enquanto como sendo a aquisição de novas idéias) por não permitir que aquelas idéias que já lhe são não-consensuais com a realidade tal como ele a percebe sejam abandonadas em prol de outras que o sejam. Pode-se ser contra essa tese dizendo, simplesmente, que ao indivíduo pode agradar manter uma idéia em específico, mesmo que a realidade tal como ele a percebe não esteja em consenso com essa idéia. Eu agradeceria esse comentário com um sorriso nos lábios e perguntando ao argumentador se ele não sabe ler, pois uma idéia só pode agradar um indivíduo se estiver em consenso com a realidade tal como ele a percebe e, no caso hipotético da realidade mudar, ele mudaria toda a sua percepção de realidade, e assim estaria percebendo a realidade de uma forma tal que sua idéia ainda esteja em consenso com sua percepção.

Outra conseqüência derivável da definição que ofereci de realidade consensual é algo interessante, mas que, numa primeira análise, parece destruir a possibilidade da comunicação e da ciência: trata-se do relativismo aparente dos conceitos. Em poucas palavras, parece que não se pode contar com uma generosa obra do acaso e assim encontrar uma pessoa que perceba a realidade da mesma forma que eu a percebo, e por conseqüência se pode ter que os conceitos dos quais faço uso (e que são dados obtidos a posteriori) não sejam os conceitos que meu interlocutor use ou que meu interlocutor use os mesmos conceitos que eu uso, mas com significados distintos. Parece ser essa uma boa objeção, pelo o que eu entendo, mas nesse ponto eu perguntaria ao meu interlocutor se caso ele se chamasse Pedro (ou João, ou Lucas, ou qualquer outro nome que o valha) ele deixaria de ser quem ele é, e que se caso déssemos às tesouras o nome de pedras o melhor uso possível para elas deixaria de ser cortar. Sabendo ser a resposta não, então eu digo que a comunicação não se perde, pois se o não-entendimento é gerado, ele pode ser esclarecido de alguma forma. Mas não vou mais me alongar aqui nesse assunto; deixo-o à sua perspicácia.

 

Cordialmente

 

***

 

De Rodrigo Pimenta

 

Caro Luis

 

Espero que me entenda, creio eu que uma pessoa não irá gostar de perceber que a realidade exterior em que ele vive difere da realidade que ele imagina em seu interior, exatamente como você expôs, mas se essa pessoa, na minha humilde opinião, não se prende a seus pensamentos como única verdade, ele poderá adquirir uma noção mais ampla do que o cerca, a realidade pode ser vista de muitas formas, mas na prática só existe o sim, o não e o talvez. Por tanto uma pessoa pode muito bem ser adaptável e deixara mente aberta para que seus conceitos possam ser definidos com mais experiência baseada em observação dos fatos e não na mera especulação e divagações.

Quanto a ser como você, acredito que ninguém pode ser como outra pessoa, virtualmente falando, mas acredito que pessoas podem entender os pontos de vista uma das outras, mesmo que discordem entre si.

A despeito de "afastar da realidade consensual deste mundo nos abra os horizontes" ser uma idéia defendida por você, eu estava sendo apenas ironicamente cruel e piadista, além do que acredito que você tenha captado a questão de "abrir os horizontes" de forma literal, por isso a aparente dualidade de ideais estabelecidos, além do que afirmo novamente, dessa vez de forma mais clara, meu respeito e compreensão sobre sua resposta ao meu e-mail elogiando seu tópico, e que, mediante ao lado filosófico do texto, apenas adiciono não podermos excluir o lado sociológico da filosofia nisso tudo, principalmente em relação ao RPG, já que se trata de um jogo social, daí uma contradição clássica de vampiro, pois se trata de um jogo de horror pessoal, talvez por isso existam tantas contradições a respeito do mesmo.

Obs: Jamais lhe perguntaria tal coisa (E antes que você me pergunte, não, eu não misturo as coisas), pois entendi perfeitamente o que quis dizer com fascínio, a única coisa que fiz foi descrever as polêmicas do jogo junto a alguns RPGistas. Quanto à questão educacional, eu só recomendo Vampiro para estudante maiores de idade que estudem Filosofia e Artes Cênicas, devido aos conceitos abordados.

Espero que minhas opiniões tenham sido elucidadas, quaisquer dúvidas, por favor, pergunte-me, por e-mail ou pessoalmente. Além disso, quero ressaltar que também achei interessante suas conjecturas a cerca das relações da vida em "a Problemática do Problema" você tem se mostrado uma pessoa perceptiva, embora goste de iludir as pessoas em seus textos, obrigando a maioria a ler sem entender uma vírgula sequer... Poderia me dizer por que faz isso?

 

Cordialmente.

 

***

 

De Luís Fernando

 

Caríssimo

 

O ato de eu não misturar as coisas é levado ao extremo: eu não misturo o místico com o filosófico, e por isso a aparente dualidade das respostas - simplesmente porque o e-mail anterior foi escrito pelas mãos mais filosóficas do que místicas, apenas isso. Dentro desse âmbito, as pessoas podem se fazer entender pura e simplesmente expondo suas idéias para um interlocutor que as queira entender e, assim, somos capazes uns de entender o pensamento dos outros bastando que assim o queiramos. Destarte é possível comunicação entre pessoas que fazem uso de axiomas básicos muito distintos, e outras situações inconvenientes assim. E é como eu digo, sou um estudante de filosofia de tempo integral, não um místico de tempo integral...

Quanto ao estilo aparentemente confuso, é proposital: não escrevo para que qualquer um me entenda, mas para ser entendido pelas pessoas que têm condições de fazerem algo com o que entenderem...

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